terça-feira, 26 de outubro de 2010

Casos e Causos: O Pracinha de Rio Negro

CASOS E CAUSOS: O PRACINHA DE RIO NEGRO



Em 2010, tive o prazer de trabalhar com o Anderson Jader e a Priscilla Miquilussi, da Poeira Filmes, em 6 episódios do Casos e Causos, para a RPC TV. A Plano 9 forneceu o equipamento de captação de imagem e áudio e eu, a princípio fui ajudar na logagem do material, mas com o tempo, acabei assumindo também a função de cinegrafista nos episódios.



O trabalho sempre é duro, mas vale muito a pena. A vontade, o empenho de todos que participam, desde os diretores, até equipe técnica ou atores, é sempre uma inspiração.
Um dos episódios mais complicados de se gravar foi O Pracinha de Rio Negro, que foi ao ar no último domingo, dia 24 de outubro. O roteiro, é de uma menina de 18 aninhos somente, a Camila Mageski, aspirante a cineasta que está fazendo curso no Centro Europeu agora. Aqui, ela conta a história do pracinha Adir Jorge, que é da sua família e morreu na Itália, junto com outros do exército brasileiro.


Pra mim, de todos os Casos e Causos que fizemos, este é o que ficou melhor. Prova de que, cinema é questão de prática, quanto mais se faz, mais se aprende e melhor o resultado final. As gravações foram feitas em três diárias; duas delas, bem longas. A última diária de gravação começou as 6 da manhã e foi até as duas da madrugada, em um campo de treinamento do exército. Cenas de batalha, tiros, explosões, tanque de guerra. Nunca me cansei e nem me diverti tanto em uma gravação. O resultado final, tá ai pra quem quiser ver.

http://www.youtube.com/watch?v=hugsL1kp6E0

TUDO O QUE EU TENHO

Sem dirigir um curta desde 2007, já me incomodava há muito tempo estar longe dos sets de filmagem na função de diretor. Foi preciso eu ter a ideia pra um longa de baixo orçamento, que eu acredito ser perfeitamente viável de se fazer e que pretendo começar a produção em 2011, pra que eu tomasse uma atitude pra sair do ostracismo. Sim, pois enferrujado do jeito que estou na função, preciso treinar um pouco antes do longa.
Na verdade, vários problemas pessoais fizeram com que eu ficasse tanto tempo sem dirigir, a atividade que mais amo nesse mundo. E também, o fato de não ver muita vantagem em ficar me ferrando pra fazer curtas sem dinheiro e não ver grandes retornos financeiros ou mesmo de reconhecimento. Desde que fizemos o Nunca Mais, em 2007, que tenho o desejo de realizar um filme de longa metragem. Esse ano, resolvi que esse filme será um suspense ou terror e, então, surgiu a ideia, que não vou revelar aqui pois ainda está em fase de argumento pra registro do roteiro na Biblioteca Nacional.
Mas vamos ao curta. Trata-se de um roteiro que o Marcelo Moreira Santos, roteirista que é parceiro meu nos curtas Barata e Acaso, escreveu quando pedi a ele um filme em que a minha principal preocupação fossem os atores. Ele escreveu essa história simples, com três atores e uma locação apenas. No filme, André, casado com Mariana, desconfia de uma traição da parte dela e a coloca contra a parede pra que tome a decisão mais difícil de toda a sua vida.
Revendo aqui entre vários roteiros prontos, decidi que esse era o melhor pra fazer nesse momento. Pois é um filme de técnica simples, perfeito pra ser feito com uma Canon 7D. Convidei o Paulo Mathias, diretor de fotografia do Nunca Mais e ele achou perfeito, pois adquiriu uma câmera dessas recentemente e tá doido pra fazer um teste mais minucioso com ela. Já tenho outros nomes na equipe técnica e no elenco, mas ainda aguardo respostas por causa da data de gravação.
Pretendo gravar entre os dias 13 a 15 de novembro. Ensaiar bem antes e no set, me preocupar, acima de tudo, com as interpretações.
Depois desse ainda pretendo fazer mais um curta: Ponto Final-Episódio Zero. Curta teaser da nossa série de TV policial. Esse ficou pra depois porque é tecnicamente mais complexo. Tem mais atores e mais locações também.
E depois é hora de encarar um desafio bem grande: meu primeiro longa. O que foi escrito até o momento está bem bacana. Acredito que vai ser um filme que vai dar o que falar e que tem chances de sucesso. Escrevi sempre pensando em algo que fosse viável, possível de fazer com pouco ou, se necessário, nenhum dinheiro. Mas isso é conversa pra outro post.
Sorte pra nós na realização de Tudo O Que Eu Tenho, novo curta da Plano 9.
E pra finalizar, um agradecimento aos organizadores da Mostra Kinopheria em São Paulo. Ter os curtas exibidos lá e, claro, vencer o prêmio de direção e principalmente ouvir os elogios de quem assistiu os filmes foi fundamental pra voltar a ativa.