Romance, definitivamente, não é um dos meus gêneros preferidos. Não porque seja um machão grosseiro e nada romântico que gosta de filmes brucutus de ação. Aliás, hoje, se tiver que escolher entre o romance e o filme de ação, o romance ganha. Digo isso, por há muitos anos atrás, eu começava a me tornar um cinéfilo, tinha por volta dos 15 anos de idade e, um dia, escolhi ver no cinema, entre Rambo III, em sessão dupla com outro filme de ação do Stallone (acho que Condenação Brutal), no Cine Morgenau, ou Harry e Sally, escolhi o primeiro, apesar das críticas excelentes do segundo, que fui ver algum tempo depois em VHS.
Quando assisti ao filme, imediatamente me arrependi da minha escolha. Felizmente, não me lembro de ter feito posteriormente outra escolha tão errada.
Harry e Sally, produção de 1989, com direção de Rob Reiner e roteiro de Nora Ephron, trazendo Billy Crystal e Meg Ryan nos papéis do título é a comédia romântica exemplar, perfeita em todos os sentidos. Inteligente, ótimas piadas, boa química entre atores, ótima fotografia de Barry Sonnenfeld (que depois se tornaria o diretor responsável por filmes com A Família Adams e Homens de Preto) e uma trilha sonora absolutamente perfeita.
A história cobre um período de mais de 12 anos na vida dos personagens; eles se conhecem quando Sally dá carona a Harry, namorado de sua melhor amiga, até Nova York. De imediato, não vão com a cara um do outro. Mas na terceira vez que se encontram, após alguns anos, tornam-se amigos inseparáveis.
Há cenas antológicas no filme: o orgasmo fake de Sally no restaurante é geralmente a mais lembrada. O diálogo sobre Casablanca, com split screen mostrando os dois na cama, cada um em sua casa, é uma das minhas preferidas. O final romântico, com direito a declaração desesperada e apoteótica, segue a cartilha do gênero, mas é muito bem filmado e emociona pra valer.
Os depoimentos dos casais de velhinhos entrecortando o filme, são outro grande acerto e, desde o começo, já deixam claro a expectativa de que os dois vão se unir, por mais que isso demore. E é essa expectativa que causa imediatamente a identificação; afinal, ninguém quer ficar sozinho, nem passar a vida inteira com a pessoa errada e, esses depoimentos, colocam esperança em nossos corações que, no importa o quanto demore, ainda encontraremos a pessoas certa. Aquela que não nos deixa entediada um minuto sequer, com quem queremos dividir tudo, que nunca nos faz ter a sensação da solidão. Aquela de quem queremos dar o receber o beijo de boa noite. Que nos faz ter humor suficiente pra contar todas as piadas, ou ânimo diariamente pra levantar da cama e enfrentar todas as dificuldades. Aquele pessoa amiga com quem o grau de identificação e afinidade supera qualquer expectativa. Afinal, como diz Harry a Sally em certo momento, “Quando você percebe que quer passar o resto da vida com alguém, quer que o resto da vida comece o mais cedo possível”.
tão bem escrito, que vou alugar o filme hoje.
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