segunda-feira, 28 de setembro de 2009

FLASH FORWARD, EPISÓDIO PILOTO

Nos últimos anos, a TV estadounidense, e não o cinema, é que tem sido proporcionalmente, o celeiro do entretenimento escapista de boa qualidade, seja pela originalidade, ou pela qualidade dos roteiros. É como se os bons roteiristas, estivessem cada vez mais migrando para a televisão.

E, de certa forma, para um roteirista, um seriado de TV pode ser muito mais interessante e desafiador do que um longa metragem para cinema. Interessante, pois em uma série, é normal que o roteirista ganhe a fama e seja o principal responsável, e não o diretor (vide os exemplos de Gene Rodenberry, Chris Carter e J.J.Abrahams) e desafiador, porque um seriado, geralmente tem a sua duração definida pela audiência, o que pode levar o universo criado a ser expandido e durar anos e anos.

Lost é, sem dúvida, o maior fenômeno dentro do gênero. Conseguiu expandir seu universo, graças ao poder e a influência da internet e, com isso, alavancou e conquistou o gosto de muita gente que não acompanhava seriados, aumentando o público para as séries até mesmo aqui no Brasil (eu faço parte do grupo de pessoas que começou a acompanhar séries sistematicamente graças a Lost). Com a sua última temporada prevista para o próximo ano, produtores e principalmente o público, procuram um substituto.

Flash Forward, está sendo citado já há alguns meses como esse provável substituo. Produzido pela rede ABC, baseado em um livro de Robert J. Sawier, o episódio piloto teve audiência de 12 milhões de expectadores nos EUA.

O mote da série é interessantíssimo: toda a população da terra desmaia ao mesmo tempo e fica inconsciente por 2 minutos e 17 segundos. Nesse tempo, tem uma visão de um momento da sua vida no futuro.

Como bom fã de Lost, assisti ao piloto com reservas. E comecei a ficar surpreso logo nos primeiros minutos, na fantástica edição da sequência que mostra os personagens principais nos momentos que antecedem ao "apagão". Embora não chegue ao impacto e a perfeição do primeiro episódio de Lost (que pra mim é o Cidadão Kane dos pilotos de seriados) é muito bem escrito, produzido e dirigido. Tem a frente do ótimo elenco, Joseph Fiennes, prende a atenção até o final, consegue aproveitar muito bem e expandir o seu conceito principal e, o mais importante para o formato: tem um gancho final que deixa o público ansioso pelo próximo episódio. Espero que os próximos episódios, sejam tão bons ou melhores quanto este primeiro. Afinal, próximo ano Lost acaba.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

TRINTA DIAS APAIXONADO

Se você está apaixonado e levou um pé na bunda, aqui vão 30 filmes que acho que valem a pena pra pensar ou repensar um relacionamento. Se não servir pra levar embora a tua dor de corno, pelo menos vai se matar de chorar com um pote de sorvete.

01 - Casablanca
02 – Harry e Sally, feitos um para o outro
03 - Tarde Demais Para Esquecer
04 - As Pontes do Madison
05 – O Marido da Cabeleireira
06 – Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças
07 – Annie Hall
08 – Manhatan
09 – Amor a Flor da Pele
10 – Os Amantes do Circulo Polar
11 – Dr. Jivago
12 – Desencanto
13 – O Diário de Uma Paixão
14 – Feitiço do Tempo
15 – Quatro Casamentos e Um Funeral
16 – A Primeira Noite de Um Homem
17 – Jules e Jim
18 – Beijos Roubados
19 – Bonequinha de Luxo
20 – Asas do Desejo
21 – Nunca Te Vi, Sempre Te Amei
22 – Sabrina
23 – Os Amantes da Ponte Neuf
21 – Closer
25 – Eu Sei Que Vou Te Amar
26 – Dança Comigo
27 – Embriagado de Amor
28 – Orgulho e Preconceito
29 – Todos Dizem Eu Te Amo
30 – Melhor è Impossível

Harry e Sally, Feitos Um Para o Outro


Romance, definitivamente, não é um dos meus gêneros preferidos. Não porque seja um machão grosseiro e nada romântico que gosta de filmes brucutus de ação. Aliás, hoje, se tiver que escolher entre o romance e o filme de ação, o romance ganha. Digo isso, por há muitos anos atrás, eu começava a me tornar um cinéfilo, tinha por volta dos 15 anos de idade e, um dia, escolhi ver no cinema, entre Rambo III, em sessão dupla com outro filme de ação do Stallone (acho que Condenação Brutal), no Cine Morgenau, ou Harry e Sally, escolhi o primeiro, apesar das críticas excelentes do segundo, que fui ver algum tempo depois em VHS.
Quando assisti ao filme, imediatamente me arrependi da minha escolha. Felizmente, não me lembro de ter feito posteriormente outra escolha tão errada.
Harry e Sally, produção de 1989, com direção de Rob Reiner e roteiro de Nora Ephron, trazendo Billy Crystal e Meg Ryan nos papéis do título é a comédia romântica exemplar, perfeita em todos os sentidos. Inteligente, ótimas piadas, boa química entre atores, ótima fotografia de Barry Sonnenfeld (que depois se tornaria o diretor responsável por filmes com A Família Adams e Homens de Preto) e uma trilha sonora absolutamente perfeita.
A história cobre um período de mais de 12 anos na vida dos personagens; eles se conhecem quando Sally dá carona a Harry, namorado de sua melhor amiga, até Nova York. De imediato, não vão com a cara um do outro. Mas na terceira vez que se encontram, após alguns anos, tornam-se amigos inseparáveis.
Há cenas antológicas no filme: o orgasmo fake de Sally no restaurante é geralmente a mais lembrada. O diálogo sobre Casablanca, com split screen mostrando os dois na cama, cada um em sua casa, é uma das minhas preferidas. O final romântico, com direito a declaração desesperada e apoteótica, segue a cartilha do gênero, mas é muito bem filmado e emociona pra valer.
Os depoimentos dos casais de velhinhos entrecortando o filme, são outro grande acerto e, desde o começo, já deixam claro a expectativa de que os dois vão se unir, por mais que isso demore. E é essa expectativa que causa imediatamente a identificação; afinal, ninguém quer ficar sozinho, nem passar a vida inteira com a pessoa errada e, esses depoimentos, colocam esperança em nossos corações que, no importa o quanto demore, ainda encontraremos a pessoas certa. Aquela que não nos deixa entediada um minuto sequer, com quem queremos dividir tudo, que nunca nos faz ter a sensação da solidão. Aquela de quem queremos dar o receber o beijo de boa noite. Que nos faz ter humor suficiente pra contar todas as piadas, ou ânimo diariamente pra levantar da cama e enfrentar todas as dificuldades. Aquele pessoa amiga com quem o grau de identificação e afinidade supera qualquer expectativa. Afinal, como diz Harry a Sally em certo momento, “Quando você percebe que quer passar o resto da vida com alguém, quer que o resto da vida comece o mais cedo possível”.