A melhor coisa de A Mulher Invisível, de Cláudio Torres, é o provavelmente a possibilidade de mais um filme brasileiro atingir uma boa bilheteria. Não que o filme seja ruim, porque ele não chega a ser. Se a direção não chega a ter lá nenhum grande lampejo de criatividade, também não chega ser medíocre como o trabalho de Daniel Filho em outros filmes cujo objetivo é o mesmo desse: fazer o público médio ir as salas de cinema. E, sinceramente, não acho isso pouco. Repetindo um velho clichê: cinema é caro, e filmes comerciais são necessários para a construção de uma cinematografia.
E, se for pra pagar pra ver lixo, antes que paguem pra ver o nosso lixo, do que o lixo que vem dos EUA, porque, no fim das contas, o público q está la pra ver esse Mulher Invisivel, ou estaria em casa vendo novela, ou vendo uma outra comédia romântica estadounidense.
No filme, Selton Melo é o controlador de tráfego que, depois de ser abandonado pela mulher, começa a alucinar com a tal mulher perfeita, interpretada por Luana Piovani, que só tem um defeito: não existe.
Demora pra engranar, fica chato no meio e cresce um pouco no final com algumas reviravoltas. Seria bem melhor com uns 20 minutos a menos, pois tem muitas piadas repetidas e diálogos desnecessários. De engraçado mesmo, somente as cenas de comédia física, quando Selton Melo está dando uns amassos numa boite. Ou as falas que saem da boca da personagem de Fernanda Torres que, aliás, demonstra cada vez mais seu enorme talento pra comédia. Aliás, dá pra perceber a maior parte do tempo que o roteiro está aquém do talento do elenco contratado.
Visualmente, é bem pobre, quase preguiçoso, principalmente se levarmos em conta os trabalhos anteriores (e um tanto pretensiosos) do diretor, como Redentor e Diabólica.
O público, em geral, ri bastante e sai do cinema contente com o preço que pagou pelo ingresso.
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